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Respondendo às perguntas dos leitores

Olá, como você está?


Primeiro eu gostaria de te desejar um feliz ano novo nesse primeiro post de 2021 aqui do Fluidez Mental, e que 2021 seja muito melhor para todos nós.


Em segundo lugar eu gostaria de agradecer muito ao pessoal que enviou, ou fez pessoalmente as perguntas que pedi no último post, meu intuito era selecionar as 10 melhores, mas como todas foram bem legais, irei responder as 21. Muito obrigado mesmo pelo engajamento!!


Sem mais delongas vamos as perguntas e suas respectivas respostas, elas estão em ordem de recebimento, e vale lembrar que todas as respostas são minha opinião pessoal.



Vale a pena cursar Psicologia?


Do ponto de vista econômico existem profissões que remuneram melhor, existe uma concorrência ferrenha entre os colegas e várias questões estruturais que atrapalham nossa Psicologia, porém se você gosta da área, tem afinidade e facilidade em entender as pessoas eu digo que sim vale a pena, o curso é muito enriquecedor.


Qual a maior dificuldade da profissão na sua visão?


As restrições ao nosso marketing, sem um marketing mais agressivo não conseguimos atingir algumas pessoas que necessitam de nosso trabalho. Vou dar um exemplo, não podemos citar os preços das sessões em nosso marketing, isso acaba fazendo com que algumas pessoas se sintam constrangidas em procurar nosso serviços.


Também creio que a politicagem na psicologia tem se tornado estranha nos últimos tempos, assim como tudo no Brasil, sei que todos temos um visão política, no entanto, a ciência deve ser sempre neutra.


Quais são os pacientes mais difíceis de atender?


Sem dúvidas aqueles que não conseguem falar claramente do problema, uma sessão onde o paciente fica em silêncio é o maior temor que nós temos.


Já recebeu alguma cantada ou foi assediado nos atendimentos? Já se interessou por alguma paciente?


Haha, o pessoal quer me encrencar mesmo :D, mas sobre a primeira pergunta, sim já aconteceu, mas nada muito grave, e quanto a segunda não, de maneira alguma, as pacientes estão no consultório para serem atendidas, profissionalismo sempre em primeiro lugar.




Já passou por alguma situação engraçada/constrangedora nos seus atendimentos?

Ah já sim, acho que todos os profissionais de todas as áreas que estão há algum tempo no mercado já passaram por isso. Já houve interrupção de sessões por conta de barulho na rua, falta de luz no consultório, paciente que precisa sair correndo pra usar o banheiro… E terapeuta também :D, uma criança que não deu tempo de ir ao banheiro e foi na sala mesmo :D, eu já tropecei e caí na frente de paciente, já confundi nomes, já esqueci nomes, já esqueceram e confundiram meu nome, aconteceram várias coisas essas são aquelas que me lembro agora.


Já chorou atendendo alguém?


No atendimento não, mas já aconteceu de chorar no caminho de casa, um caso bem triste envolvendo criança.


O que você acha do atendimento online? Ele funciona?


Humm, eu não gostava, mas na pandemia me acostumei a realizar. Ainda prefiro os presenciais, mas hoje consigo me ver atendendo dessa forma no futuro. E sim é bem funcional em quase todos os casos.


Como é a sua relação com outros profissionais da saúde?


Muito boa, tenho parceria na indicação de pacientes com médicos, dentistas e fisioterapeutas, procuro sempre manter esse bom relacionamento e parceria pois quando trabalhamos juntos as melhoras no pacientes são enormes.


Como é se que lida com as histórias depois do consultório. Você fica pensando nos casos em casa, em momentos fora do trabalho?


Bem é difícil em alguns casos, mas temos que “desligar”, o que eu costumo fazer é anotar pontos importantes da sessão e alguns minutos antes do próximo atendimento releio essas anotações. Alguns são mais complexos então penso mais sobre eles inclusive para usar nas supervisões.


Qual o limite ou a técnica entre não ser frio (algo que acho que não combina com a profissão) e absorver e se abater pelas histórias?


A dica que eu dou é sempre seja educado, eu tenho um lema que diz: Seu problema é sempre grave, caso contrário não estaria aqui. Isso me ajuda bastante a afastar qualquer “frieza” em imaginar que aquilo que o paciente sente é pouco importante. Um exemplo, se alguém sofre por conta de uma derrota de um time de futebol eu não posso julgar isso como sendo irrelevante, pode até ser para a minha vida pessoal, mas se é importante para a pessoa que eu atendo será tratada e abordada.


A técnica é ótima, mas é sempre bom lembrar que lidamos com seres humanos.


O que você sentiu falta na faculdade que precisou aprender no dia a dia da profissão?


A parte administrativa da profissão, como escrever relatórios por exemplo, como fazer marketing, emitir notas fiscais, responder mensagens de pacientes esse tipo de coisa, tanto que resolvi criar um curso para ensinar essas coisas aos recém formados (Desculpe o jabá haha)


Outra coisa que senti muito falta na faculdade é uma abordagem maior em relação a biologia e a fisiologia, isso tive que correr atrás e ainda faço hoje.


O que mais te irrita nos colegas de profissão?


A politicagem sem dúvida nenhuma, existem colegas que tem o intuito de dividir a profissão a partir das visões políticas pessoais de cada um. Também acho que falta um pouco de coleguismo, por exemplo, já tentei por diversas vezes criar grupos de estudos e os colegas estão pouco interessados, uma pena.


Já pensou em desistir da profissão?


Sim, por conta da parte financeira, nunca pela realização profissional, quanto a isso adoro ser psicólogo.


Qual sua maior realização como Psicólogo?


Ter feito bem para algumas pessoas, ter melhorado vidas, acho que é muito gratificante isso


No seu entendimento a Psicologia faz parte das ciências humanas ou da saúde?


Saúde sem dúvida, mesmo não sendo aplicável o rigor científico em nossos atendimentos pois cada indivíduo é único, lidamos diretamente com a saúde dos pacientes.


O que você acha sobre medicação?


São necessárias em muitos casos, ir contra medicação é ir contra os avanços da ciência e do conhecimento humano. Porém é evidente que só deve ser prescrita por um profissional habilitado após um estudo complexo de cada caso.


Se você fosse político, o que faria pela profissão?


Que pergunta legal!!! Aumentaria a liberdade em relação ao marketing por exemplo e proibiria quaisquer restrições quanto ao preço das sessões, no meu entendimento o mercado se regularia melhor assim e a Psicologia estaria mais abrangente e acessível às diversas populações.


Também aumentaria o cerco contra falsos profissionais que circulam no mercado.


Quais características você acha que um Psicólogo deve ter?


Já escrevi sobre isso aqui no Fluidez, mas além dos clichês da empatia, ser faminto por leitura e conhecimento eu acho que o bom profissional da Psicologia deve estar atendo as diferentes culturas, assistir vários tipos de filmes, escutar vários tipos de músicas e ser eclético nas suas relações pessoais, inclusive aceitando diferenças de pensamento.


Qual seu psicólogo favorito hoje em dia?


Bem, não há como acompanhar o trabalho do dia a dia dos colegas, mas em termos de literatura o Jordan Peterson, gosto muito das aulas dele que assisto no YouTube e de como ele faz um mix interessante entre diversas escolas da Psicologia, medicina e filosofia.


A pandemia fez a procura por atendimento aumentar? Você imagina que ela irá afetar para sempre as pessoas?


Curiosamente não, a procura continuou a mesma, talvez aumente ao fim da pandemia, inclusive no começo desse período a procura despencou. Quanto a mudanças permanentes, é difícil dizer, não creio em um mundo paranoico e apocalíptico no pós pandemia, mas entendo que algumas cicatrizes demorarão a desaparecer.


Muitas pessoas dizem que a depressão é o mal do século, você concorda?


A depressão é sem dúvida um dos maiores problemas do século, ainda mais por ser subnotificada e sofrer ainda muitos preconceitos, porém eu entendo que a obesidade é o mal do século, ela atinge um número maior de pessoas e tem uma morbidade e mortalidade maior que a depressão.


Mas é evidente que a depressão e a ansiedade estão entre os problemas mais comuns e graves do nosso mundo.


Escrito por Luciano Arruda, Psicólogo e fundador do Fluidez Mental, seu contato é: luciano@fluidezmental.com.br












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