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A Psico na cultura: letra "Red Barchetta" - Rush

Olá tudo bem?


Hoje é hora de fazer uma pequena análise da letra de Red Barchetta do Rush, registrada no álbum Moving Pictures de 1981.


Sou suspeito para falar do Rush pois é uma das minhas bandas favoritas, e na minha humilde opinião o baterista Neil Peart é simplesmente o maior letrista da história da música, e acho a letra de Red Barchetta uma de suas melhores obras.


Se por acaso você não conhece o Rush te peço um favor, para imediatamente o que está fazendo e vá procurar sua obra, pode começar assistindo esse vídeo com a faixa que iremos comentar:




Antes de começar a falar propriamente como a música tem ligação com a Psicologia aqui vai uma tradução livre (realizada por mim) da letra em questão:


Barchetta vermelho


Meu tio tem um sítio

que ninguém sabe nada a respeito

Ele me diz que o local costumava ser uma fazenda

antes da “motor law” (explicarei isso mais adiante)


E nos domingos na surdina

E de forma clandestina tomo o trem expresso

para bem longe da cerca

onde meu tio com seus cabelos brancos me aguarda.


Pulo no chão

assim que o trem diminui para cruzar a fronteira

saio correndo

enquanto a emoção me arrepia a espinha


Lá no celeiro

meu tio preservou para mim aquela velha máquina

por longos cinquenta anos


Mantê-la assim como nova foi meu mais puro sonho

Eu removo a capa

que esconde aquele carro brilhante

um Barchetta vermelho

daqueles velhos tempos


Eu dou a partida

ele responde com um rugido

pneus ralando o cascalho

Eu cometo meu crime da semana


Vento

no meu cabelo

trocando as marchas, derrapando

a música artificial

sobe a adrenalina

couro envelhecido

metal quente e óleo

o cheiro do campo

brilho de sol na fuselagem

o borrão da paisagem

cada nervo se eriça


De repente à minha frente

No lado oposto da montanha

um carro de liga leve

dispara em minha direção a duas faixas de largura

Dou um cavalo de pau com pneus cantando

para iniciar a corrida mortal

Grito através do vale

enquanto outro se junta na perseguição

dirijo como o vento

Forçando os limites da máquina e do homem

gargalhando

com medo e esperança, tenho um plano

na ponte estreita

deixo os gigantes encalharem na beira do rio

Dirijo de volta a fazenda para sonhar junto com meu tio na beira da lareira.



Coisa linda não é mesmo? Arrepia só de ler, principalmente por toda a temática e a paixão que a música transmite


Durante os shows, quando o Rush tocava essa faixa, ela era apresentada pelo baixista e vocalista Geddy Lee, como “uma música sobre um carro”, mas não se engane não é sobre isso que a letra fala, mas sim sobre liberdade.


Red Barchetta é baseada em um conta chamado “A nice morning drive” do autor Richard Foster.


Na letra da música é descrita a “Motor Law” que seria uma lei criada por um governo autoritário que impede o cidadão de possuir um carro como o Barchetta vermelho. O tio do narrador então guarda por cinquenta anos esse tesouro para que o sobrinho possa usufruir.

E o que tudo isso tem a ver com a Psicologia?


Bem, primeiro existe algo mais precioso para um ser humano que sua liberdade e sua individualidade? Eu pelo menos desconheço valor maior que esse.


E quando essa restrição de liberdade parte de um governo autoritário ou de uma “junta de burocratas” ,que se consideram no direito de escolher o que é melhor para todos, a coisa fica ainda mais complexa.


Essa música também fala de paixão, você pode sentir os olhos do narrador brilharem ao descobrir o “carro vermelho”, e o sentimento do tio em mostrar isso ao sobrinho. Essa é aquela paixão que nos move, é nossa válvula de escape, aquilo que nos deixa vivos.


Agora imagine se algum governo autoritário proíbe sua paixão, seu carro, sua guitarra, talvez seu celular, ele pode te proibir de visitar sua família, seus amigos… Infelizmente isso já aconteceu muito e continua acontecendo mundo afora.


E como é uma pessoa sem suas paixões? Sem o brilho no olhar? Triste pensar nisso não é mesmo?


Então para encerrar o texto de forma positiva vou te propor algo, aproveita o dia e vá cultivar aquilo que você gosta, aproveite a liberdade que você tem para isso, pois esse é o combustível da vida.


Escrito por Luciano Arruda: Psicólogo, fundador do Fluidez Mental e fanático por Rush, seu contato é: luciano@fluidezmental.com.br









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